quinta-feira, 18 de abril de 2024

Nascimento da SUDENE, a visita do Presidente Juscelino Kubitschek a Garanhuns - 1959

Chegada de JK no Aeródromo localizado onde hoje é o IFPE




    Há 65 anos, no dia 25 de abril de 1959, o Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK), veio à Garanhuns a fim de presidir a instalação do Conselho de Desenvolvimento do Nordeste (Codeno) para o início do funcionamento da Operação Nordeste (Openo)., a realização do Seminário para o Desenvolvimento do Nordeste, presidido pelo Governador de Pernambuco Cid Sampaio, foi determinante para a posterior (dezembro de 1959) criação da Sudene, idealizada pelos bispos do Nordeste e pelo economista e Ministro Celso Furtado. Naquele dia Garanhuns se tornou a capital da República.

    Fato pitoresco: centenas de estudantes garanhuenses aguardaram o Presidente na Praça Tavares Correia (O Seminário aconteceu na Rádio Difusora de Garanhuns), a Sra. Vera Maria da Costa Ramos, então estudante do Colégio Santa Sofia, relata que "desabou uma trovoada pouco antes da chegada do presidente, e todos ficaram encharcados, mas ninguém arredou o pé, esperando JK".



Auditório da Rádio Difusora - Abertura do Seminário

DISCURSO DO PRESIDENTE JK NA ABERTURA DO SEMINÁRIO:

GARANHÜNS, 25 DE ABRIL DE 1959 NA INAUGURAÇÃO DO SEMINÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. 

    Aqui estamos nesta cidade de Garanhunsj tão decidida no seu esforço, por tornar-se um centro ativo de progresso, a fim de realizar um seminário que congrega homens de empresa de numerosas regiões do país e autoridades responsáveis pelo planejamento e execução da Operação Nordeste. 
    Anima-nos a todos um só propósito, uma só aspiração e uma só esperança, que é promover a aceleração do desenvolvimento harmônico do Brasil. Chegamos à conclusão de que o nosso próprio crêscimento será perigoso para o equilíbrio da Nação, se persistir a terrível coexistência de zonas cada vez mais prósperas com outras estagnadas, sob o trágico domínio do subdesenvolvimento. A Operação Nordeste não é um ato de simples réparação de situações injustas, a correção do desnível entre as partes do Brasil, mas um ato de prudência, de salvaguarda da unidade nacional e de alta política. 
    Não é apenas o Nordeste que está interessado em levar adiante esta obra de importância vital, mas todo o país; não é apenas o meu Governo que se beneficiará . dos resultados desta ação criadora que estamos inaugurando, mas todo o povo brasileiro. Vamos provar que não existem trechos do Brasil  inaproveitáveis, ou que devam ser considerados irreprodutivos e condenados à pobreza definitiva. Vamos provar que só há estagnação e subdesenvolvimento onde não foi encontrada uma interpretação exata para as dificuldades e peculiaridades regionais. 
    Vamos provar que a razão estava com os que sustentaram que este pedaço do Brasil, tão amado por seus filhos, poderia encontrar a redenção do desenvolvimento se o examinássemos com verdadeiro interesse, com a consciência e o conhecimento indispensáveis. Estou certo de que, deste seminário que vai ser levado a efeito e onde serão discutidas tantas teses de profundo interesse para os fins que perseguimos, surgirá a revelação de que esta parte do Brasil poderá transformar-se numa das bases da prosperidade geral. Um país como o nosso necessita da assistência e da solidariedade de todos os seus filhos. 
    Temos de Pensar e agir em comunhão para enfrentar esta floresta de dificuldades que, há tanto tempo, oferece obsr táculos ao avanço desta Nação. Estou certo de que algo de positivo nascerá deste encontro, pois aqui estão presentes muitos dos homens práticos e corajosos que trabalham para que sejamos um grande país. 
    Nestas breves palavras, quero apenas dar-vos a segurança de que o Governo está disposto a enfrentar quaisquer dificuldades ou oposições para complementar as realizações que, patriòticamente, vos dispuserdes a empreender nesta zona. Juntos venceremos eventuais tropeços burocráticos que tentem retardar vossa ação. Ordens terminantes já estão sendo dadas em tal sentido, e homens suficientemente prevenidos estão à frente da Operação Nordeste. 
    Jamais a Nação tanto necessitou da experiência, da coragem, da imaginação de seus empresários e homens de iniciativa, como nesta Operação Nordeste. Tendes o privilégio de participar de uma hora decisiva do nosso país. Muito esperamos de vós. Vosso trabalho e disposição para a luta se revestem de significado que transcende de muito o plano dos negócios. 
    O que ides fazer aqui diz respeito a um ato de grandeza. A sorte e a libertação de muitos milhões de brasileiros, subjugados e vencidos pela estagnação econômica, depende de vosso esforço e energia. Participais de uma ação viril e de um ato de vontade, inaugurais a epopéia da recuperação nordestina. Deveis ser gratos ao destino, que vos proporcionou a possibilidade de acrescentar, ao vosso trabalho de expansão e enriquecimento, um caráter libertador, um sentido elevado de redenção do Brasil, um aspecto relevante do dever de salvar o homem, que aqui luta e sofre. 

Silvio Apolinário de Araújo entrega escultura de Renato Pantaleão ao Presidente JK, sob as vistas do Governador Cid Sampaio, Prefeito interino Pedro de Souza Lima e estudante Airtón Diógenes Ivo Ubirajara.



 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

terça-feira, 16 de abril de 2024

Antigo Postal de Garanhuns -Av. Santo Antonio (vista parcial de Garanhuns) - Foto Veneza

VISTA PARCIAL DE GARANHUNS - ENTRE 1930/1940 - FOTO VENEZA


PREFEITOS DE GARANHUNS. 14º Prefeito: Coronel José de Almeida Filho (1919-1921) - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG

 SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

14º Prefeito:  Coronel José de Almeida Filho (1919-1921)

Subprefeito: Coronel José de Souza Leão Pereira Viana. 

Não há registro do resultado da eleição de 1919.

   José de Almeida Filho foi um dos maiores empresários de Garanhuns, era proprietário da  Empresa de Melhoramentos de Garanhuns, explorando a primeira fonte de água da cidade, o Pau Pombo. A empresa prestava serviços de abastecimento de água, luz e telefone., beneficiando com a canalização de água potável às ruas Rosa e Silva (Dantas Barreto), XV de Novembro e Santos Dumont. (Tinha em seus quadros o Engenheiro Ruber van der Linden)

   Na sua gestão investiu na melhoria das estradas que davam acesso  aos povoados pertencentes ao município. Criou diversas escolas nos distritos, calçou ruas e avenidas, inaugurou o Monumento do Ipiranga no bairro da Boa Vista, em razão do centenário da Independência do Brasil.

 Em 1921 comprou com recursos  próprios o terreno pertencente ao dr. Maximus Niemeyer, onde havia um horto de eucaliptos com 40.000 mil árvores plantadas, (atual Parque Euclides Dourado), inaugurando o bosque de Eucaliptos, cujo objetivo era a criação de um parque,  em virtude, do fim do seu mandato, não conseguiu concluir o seu projeto. O prefeito Luiz de Barros Brasil conservou o bosque, e por fim o prefeito Euclides Dourado em 1925 transformou o horto de eucaliptos em Parque e Zoológico com a denominação de Parque Municipal ou Parque dos Eucaliptos. Atualmente Parque Euclides Dourado.





terça-feira, 26 de março de 2024

PREFEITOS DE GARANHUNS. 12º Prefeito: Coronel Joaquim Alves Barreto Coelho e 13º Prefeito: Pedro Ivo da Silva - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG


SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

12º Prefeito: Coronel Joaquim Alves Barreto Coelho (1917-1918)

Presidente do Conselho Municipal, assumiu o cargo de prefeito após a prisão de Thomaz Maia, em 03 de março de 1917. Thomaz Maia foi preso sob acusação de ter fornecido querosene para incendiar as casas das vítimas da Hecatombe. Foi inocentado da acusação dezembro de 1918.

13º Prefeito: Pedro Ivo da Silva (1918-1919)

Não há registro do resultado da eleição de 1918.
Atuou na reestrutura das atividades econômicas abaladas com a Hecatombe de Garanhuns e pacificação da cidade.

PREFEITOS DE GARANHUNS. 11º Prefeito: Capitão Thomaz da Silva Maia - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG

 SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

11º Prefeito: Capitão Thomaz da Silva Maia.
(Tomou posse do cargo no lugar do prefeito eleito tenente-coronel Júlio Brasileiro, após a anulação da primeira eleição e depois do assassinado de Júlio Brasileiro no Café Chile, Recife, em 14 de janeiro de 1917).
Mandato: 15 de novembro de 1916 a 03 de março de 1917.
Prefeito eleito: Tenente-coronel Júlio Euthymio da Silva Brasileiro
Subprefeito: Thomaz da Silva Maia.
Primeira eleição: 10 de julho de 1916 - Júlio Brasileiro 1.114 votos e Dr. José da Rocha Carvalho 428 votos (A eleição foi anulada pois o candidato Júlio Brasileiro exercia o cargo de deputado e não poderia concorrer ao cargo de prefeito antes da conclusão do mandato, mas o governador Manoel Borba, anulou a eleição e marcou um novo pleito. A oposição insatisfeita com a decisão retirou a candidatura.
Com a anulação da eleição, o Capitão Thomaz da Silva Maia tomou posse do cargo de prefeito de Garanhuns em 15 de novembro de 1916, permanecendo a frente da administração municipal até 03 de março de 1917, quando é preso sob acusação de ter fornecido querosene para os jagunços incendiarem as casas comerciais das vítimas da Hecatombe de Garanhuns. Provada sua inocência retorna a Garanhuns em dezembro de 1918, mas não assumi o cargo de prefeito.
Segunda eleição: 07 de janeiro de 1917 - Tenente-coronel Júlio Euthymio da Silva Brasileiro, candidato único, 1.232 votos.
Júlio Brasileiro não chegou a tomar posse. No dia 14 de Janeiro de 1917 foi assassinado no Café Chile em Recife pelo Capitão Francisco Sales Vila Nova, que dois dias antes, ao voltar a noite para casa foi cercado por seis homens mascarados e barbaramente espancado a bengaladas e chicotadas de cipó-de-boi, reconhecimento entre os agressores, o secretário da prefeitura, Fausto Galo, o irmão e o sobrinho de Júlio Brasileiro. O assassinato de Júlio Brasileiro, desencadeou uma revolta e um desejo de vingança contra os adversários políticos de Júlio Brasileiro, os chefes políticos jardinistas, os quais sem ter nenhuma participação no crime, eram acusados por alguns familiares e correligionários de Júlio Brasileiro de terem planejado a morte do chefe político. Na manhã de 15 de janeiro a cidade, centenas de homens armados invadiram a cidade jurando vingança. Sofrendo ameaças e correndo risco de vida, Sátiro Ivo, Dr. Antônio Borba Junior, Francisco Veloso, Manoel Jardim e os irmãos Argemiro e Júlio Miranda, são convencidos a ser recolherem a cadeia, sob a proteção do tenente-delegado Meira Lima. A tarde a cadeia é invadida por dezenas de homens armados mesmo com toda resistência do cabo Cobrinha, sargento Pedro Malta e dos praças Ezequiel Cabral de Souza, Manoel João de Oliveira, Pedro Antônio Dias e Francisco Maciel Pinto. O que se sucede é uma tragédia, com o assassinato de todos os principais chefes políticos jardinistas e do jovem Gonzaga Jardim, que minutos antes da invasão fora a cadeia visitar o tio Manoel Jardim. Essa página triste da nossa história política ficou conhecida nacionalmente como a Hecatombe de Garanhuns.