sábado, 31 de janeiro de 2015

AS MULHERES QUE DEFENDERAM PERNAMBUCO DOS HOLANDESES

"As mulheres naquela ocasião com dardos e lanças, de maneira junto ao portilho aberto se puseram, outras com murrão, pólvora e pelouros com valeroso brio e ousadia não recebendo assombo dos estouros socorriam, onde a falta havia". Em 1646, elas lutaram contra o invasor holandês e sagraram-se as Guerreiras Tejucopapo

PIMENTA NOS OLHOS MISTURADA À ÁGUA, ERA A ARMA SECRETA
A luta foi desigual. Cerca de 600 holandeses e brasileiros aliados, fortemente armados, saíram da ilha de Itamaracá, em Pernambuco, para saquear a pequena aldeia de São Lourenço do Tejucopapo, hoje distrito de Goiana, a 63 km do Recife. No local, quase não havia homens para resistir ao ataque. Restava basicamente uma tropa maltrapilha de mulheres - a maioria agricultoras de origem indígena. Mesmo assim, naquele 24 de abril de 1646, travou-se ali uma batalha épica, de fortes contra fracos, que ganhou contornos de mito ao consagrar a vitória do improvisado exército feminino e a expulsão dos invasores.

Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e Joaquina estavam à frente desse combate. Elas e as companheiras recorreram às poucas armas que havia e a objetos rústicos, como estrovengas (roçadeiras), paus e chuços, uma espécie de lança para catar crustáceos. Tachos com água fervente e pimenta-malagueta esmagada em pilões foram especialmente preparados para a peleja. O alvo eram os olhos do inimigo. Desnorteados pela ardência da mistura e a dor das queimaduras, os soldados caíam estrebuchando nas roças ou na única rua do povoado de 500 habitantes.

Avisadas da chegada do inimigo por um vigia a postos no porto que servia a região, a 6 km da vila, as mulheres de Tejucopapo adotaram a mesma tática de guerrilha de seus homens, que, naquele dia, se encontravam no Recife, vendendo caranguejos, ou envolvidos em tocaias contra os holandeses em outras praias do litoral norte pernambucano. Alguns poucos ficaram de guarda. Por iniciativa própria, elas prepararam a resistência: reforçaram as cercas paliçadas, planejaram emboscadas, transformaram em armas o que fosse possível. Tudo isso num intervalo de cerca de 12 horas antes da chegada dos invasores.

No momento do confronto, no meio da manhã, partiram para a luta aos gritos, movidas pela fé católica contra os "hereges seguidores de Martinho Lutero" e pelo desejo de defender o território. Maria Quitéria combatia à dianteira, com um crucifixo em punho, bradando orações para os santos mártires Cosme e Damião. Surpreendidos pela resistência improvisada, os holandeses recuaram por algum tempo, mas voltaram para vingar seus mortos e feridos. Nessa investida, com machados e alfanges (espécie de sabre), derrubaram paliçadas e mataram um número de mulheres até hoje desconhecido.

A vitória estrangeira, no segundo pico das escaramuças, parecia assegurada. Os ataques de água com pimenta, porém, não cessaram - nem a bravura das guerreiras do Tejucopapo. Estropiados, os soldados flamengos e seus comparsas nativos, entre índios e caboclos de Itamaracá, resolveram bater em retirada. Àquela altura, já temiam a chegada de reforços masculinos bem armados. No fim da sangrenta batalha, que durou quase todo o dia, havia centenas de cadáveres holandeses no chão. Os sobreviventes correram para o porto em busca de suas barcas de remo e vela, deixando para trás apetrechos de guerra, mantimentos roubados e corpos ensanguentados. Nunca mais voltariam ao povoado.

De acordo com Luzilá Gonçalves Ferreira, professora de letras na Universidade Federal de Pernambuco, pesquisadora e autora de Mulheres e Abolição da Escravatura no Nordeste, os estrangeiros foram até o povoado em busca de alimento. Nos estertores da dominação holandesa em Pernambuco - e sem a presença de Maurício de Nassau, que regressara à Europa em 1643 -, armazéns do Recife estavam quase vazios. Em Itamaracá, a situação era ainda mais grave. Nada chegava da capital da província. Famintos, mas bem armados, decidiram então procurar provimentos mais ao norte. O porto Ponta de Pedras favorecia o acesso à região e o povoado de São Lourenço do Tejucopapo era um alvo fácil. Lá, poderiam saquear plantações e engenhos. "Sabiam (os holandeses) que em seu distrito havia roçarias de mandioca em muita quantidade, por ser a terra fértil e abundante delas, e muitos legumes e frutas de espinhos", afirma o cronista português do século 17 Diogo Lopes Santiago em História da Guerra em Pernambuco, ressaltando que a intenção dos invasores era matar a população local antes que as infantarias de Igarassu e Goiana pudessem acudir.

Divergências

A historiografia brasileira assinala o total de 300 baixas nas linhas flamengas (a metade de todo o contingente) e dá a Maria Camarão a primazia de ter convocado as mulheres para a guerra. Para os holandeses, o número de mortos não passou de 70. Em seus escritos sobre os fatos, também no século 17, o viajante Johan Nieuhof dá a versão dos conterrâneos: "Considerando que a escassez de provisões constituía um dos principais obstáculos a serem vencidos do nosso lado, julgou-se necessário estabelecer um pequeno acampamento perto de São Lourenço". Segundo ele, o efetivo era bem menor do que o destacado nos relatos brasileiros. Não passava de 110 holandeses, sob o comando de Willem Lambertsz e Klaes Klaesz e mais 180 voluntários de Itamaracá e índios.

Seja qual for o total de combatentes e mortos, de ambos os lados, pesquisadores como José Bernardo Fernandes Gama (Memórias Históricas da Província de Pernambuco), Antônio Joaquim de Mello (Varões Ilustres de Pernambuco) e Pereira da Costa (Anais Pernambucanos) descrevem o feito das guerreiras de Tejucopapo como "heroico" baseados grande parte em relatos de O Valoroso Lucideno - Triunfo da Liberdade (1648), de frei Manuel Calado. O religioso narrou os fatos ressaltando a oposição de credos (católicos x protestantes) e encerra o texto com um poema. "Não sei se podemos chamar de ‘batalha’ os combates havidos em Tejucopapo", diz Luzilá. "O certo é que a derrota holandesa é descrita como resultado da espantosa coragem das senhoras que enfrentaram o inimigo com as poucas armas que tinham."

Nove anos depois dos ataques de pimenta, as tropas de Sigismund van Schkoppe se renderiam no Recife, após a Batalha dos Guararapes, encerrando 24 anos de ocupação holandesa. Até o início do século 19, a notoriedade à resistência aos flamengos se restringia ao heroísmo masculino, representado nos atos de figuras como o senhor de engenho André Vidal de Negreiros e o indígena Felipe Camarão. Tejucopapo, esquecida por 200 anos, só ganhou algum destaque quando o país começou a construir sua identidade nacional e escrever sua história com maior objetividade e respeito às fontes documentais.

O historiador Antônio Joaquim de Melo lembra que ao visitar Pernambuco, em 1859, dom Pedro II foi ao povoado ver "o lugar onde as heroínas tejucopapenses, essas amazonas que se imortalizaram na história, roubaram aos homens a glória de defenderem a pátria contra o domínio estrangeiro".
Para Marcos Galindo, professor da Universidade Federal de Pernambuco, autor de livros sobre a região, o episódio existiu, está documentado, mas não teve importância no conjunto da Restauração Pernambucana. Contudo, as escaramuças de Tejucopapo serviram para agregar um mito à nação. "Mitos são tão fortes quanto a história no processo social e civilizatório", afirma. "E esse atendia às necessidades de consolidar o país em formação." É mais um motivo para não negligenciar a batalha, diz o pesquisador Marcílio Brandão, diretor de um filme sobre o tema: "Foi a primeira participação de um coletivo feminino em um conflito armado no Brasil".

GEOLOGIA DO MUNICÍPIO DE GARANHUNS

    Material pesquisado  por Anchieta Gueiros


Serra dos Garanhuns é, provavelmente, uma ramificação isolada da Cordilheira da Borborema que foi, em épocas remotas, interceptada pela erosão geológica ou pelo diastrofismo da crosta. Ela tem a aparêrncia das barreiras cenozoicas pliocênicas do litoral pernambucano, devido aos capeamentos de argilas vermelhas e amarelas, com leitos de caolim, que assentam sobre um "substractum" arenítico, ferruginoso, grosseiro, pertencente ao Terciário Superior.

A presença, porém, de um arenito silicioso, leucocrático, dominante, e de camadas argilosas e conglomeráticas, em sedimentos profundos da referida,  serra, a classifica melhor como barreira cretácea, mesozoica, secundária, que repousa sobre um profundo horizonte de gnaisse algonquiano.
Este ramo interceptado da Cordilheira se dirige na direção Norte-Sul para Garanhuns, fletindo para Bom Conselho e Águas Belas, indo até a Serra Comunati, que limita pela margem esquerda o vale do rio Panema.

Pela margem direita, a Serra do Buique tem como seu prologamento natural a Serra de Santa Maria, que se aproxima da peneplanície de Jatobá de Tacaratú, onde, em Petrolândia, se verifica um grés silicioso finamente granulado, remanescente, que aflora nas serras da margem esquerda do São Francisco, em vastos trechos da planície e, notadamente, na cachoeira de Itaparica, formando uma zona de contacto com o granito porfiroide arqueano, que reveste o leito do grande rio nacional, " o mais brasileiro dos rios ", na expressão de Euclides da Cunha, e se entroca no maciço central denominado complexo brasileiro, por John Casper Branner.

O ramo da Cordilheira, por conseguinte, de que fazem parte as serras dos Garanhuns, do Bom Conselho, das Águas Belas e do Buique, tudo indica pertencer à Borborema, dada a sua estrutura idêntica: sedimentos de argilas cretácea sobre estratos de gnaisse algonquiano - argilas coloridas com as tonalidades do rôxo-terra e amarelo-ocre, superpostas ao arenito e ao gnaisse melanocrático de gran-fina, às vezes com duas micas - a biotita e a muscovita, com ocorrência de anfibolita e feldspatoides como o espodumênio.

A Serra de Tacaratú, porém, e a Serra Negra da Floresta do Navio são ramificações prováveis da Chapada do Araripe, cuja borda, no dizer de Luiz Flôres de Morais Rêgo, procedida de testemunhas isoladas, desenha vasto hemiciclo que acompanha, grosseiramente, a curvatura do São Francisco, para se aproximar da margem na altura da Cachoeira de Paulo Afonso.

"O divisor dágua segue-as, mais ou menos, fazendo com que diminua, progressivamente, a largura do vale do grande rio. Entre o planalto e a margem medeiam caatingas as mais típicas, cortadas por uma rede hidrográfica intermitente".

A estrutura destas últimas serras é diferente, pois apresenta sedimentos profundos de argila cretácea repousando sobre um horizonte muito espesso de arenito leucocrático, silicioso ou calcáreo, com intercalações de camadas argilosas e conglomerados de mistura, que encerram no seu âmago fósseis de vegetais e animais silicificados e carbonificados, segundo afirmam Avelino Inácio de Oliveira e Othon Henry Leonardos.Intercalados no arenito, ou logo abaixo ocorrem estratos de calcáreo antigo, amorfo, pertecente à  Série Bambui.

Orville Derby designou ao andar superior de arenito Série Bahia; entretanto, Luciano Jacques de Morais denominou-o Série Jatobá e Luiz Flôres de Morais Rêgo, Série Tacaratú, em virtude da semelhança  com a serra do mesmo nome, pertencente a Pernambuco.

A Serra dos Garanhuns encontra-se, por conseguinte, no seu andar superior de gnaisse, ligada à Cordilheira da Borborema, do período algonquiano, e no inferior granítico porfiroide, do período arqueano, ao complexo fundamental a que pertecem as mais antigas formações geológicas do globo terrestre, segundo o eminente geólogo americano Charles Frederick Hartt, ao enquadrar o planalto central brasileiro, do qual faz parte integrante dita Cordeilheira, no sistema das Montanhas Rochosas (Rocky Mountains) dos Estados Unidos da América do Norte e do Canadá, e às formações granitoide-gnaissicas da Escandinávia.

Muitos outros geólogos ilustres corroboraram esta classificação de Hartt."A distribuição profusa, disse Luiz Flôres de Morais Rêgo, o metamorfismo granitizante generalizado e mais a semelhança com as formações exóticas apoiam, fortemente, o conceito unânime da idade arqueana para o complexo funadamental, como para as formações congêneres da América do Norte e da Escandinávia. Desde pouco abaixo de Pilão Arcado, o complexo arqueano domina em todo o vale do São Francisco, apenas recoberto no eixo pelas camadas muito recentes. Os gnaisses porfiroides constituem a rocha regional, só muito localmente substitidos por estruturas erodidas da Série Minas ou pelo andar superior do arqueozoico." Orville Derby, em estudos posteriores, chegou também à mesma conclusão de Hartt, no tocante às terras da Mantiqueira e da Canastra.

Ruber van der Linden também esposou a mesma opinião, quando escreveu que "a Serra dos Garanhuns, escádea minúscula da grande Cordilheira da Borborema, acreditamos pertencer à Série Laurentiana, a mais antiga do solo brasileiro, coexistindo, talvez, nas cercanias, vestígios positivos de depósitos huronianos".

"Animam-nos este pensar, não documentos paleontológicos, que seriam pouco discutíveis, mas, tão somente observações geognósticas : a comparação dos seus minerais com os descritos por Derby e Hartt, ao determinarem a idade do maciço da Mantiqueira e da Canastra".
"É a Serra dos Garanhuns uma emersão de gnaisse, granitoide na base, surmontada por grezes ou arenitos."

"Nos vales, onde a erosão das chuvas desnudaram as camadas de sedimento, são vistos afloramentos de gnaisse, pegmatito e sienito, e nas escarpas da Gruta D'água se observam estratos de grezes compactos, brancos e amarelos. O granito que em parte parece se ter decomposto in situ, acrecditamos ser a origem desses nódulos de argila branca, finíssima, que aclaram os taludes".
Tudo isso está certo quanto à primitiva efusão de granito gnáissico róseo das camadas mais profundas; quanto à emersão dos estratos superiores de gnaisse porfiroide e melanocrático, eles são classificados modernamente, na Série Algomaniana, do Período Algonquiano.

"A Série Algomaniana, dizem Avelino Inácio de Oliveira e Othon Henry Leonardos, é caracterizada por um gnaisse róseo, muito semelhante aos granitos laurentianos. Supõe-se que o magma granítico foi introduzido durante um período de extensa oregenia, chamado de revolução algomaniana, em resultado da qual os sistemas anteriores foram fortemente dobrados. Após esse diastrofismo, seguiu-se longo período de erosão que peneplainou as primitivas cordilheiras".

Não obstante um século de estudos sistemáticos do Arqueozoico, na América do Norte, até hoje persistem, ali, as mais sérias dúvidas sobre várias séries arqueanas, e bem assim sobre a origem de muitas rochas englobadas no complexo fundametal".

"As mesmas indecisões existem nos trabalhos sobre o Arqueozoico escandinávio".

(Fonte: Livro "A  Terra dos Garanhuns"  do Professor João de Deus de Oliveira Dias - ano 1954)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

MAIS DE 40 PONTOS DE GARANHUNS RECEBERÃO NOVA SINALIZAÇÃO TURÍSTICA

IHGG ESTÁ NA LISTA DOS LOCAIS QUE RECEBERÃO A SINALIZAÇÃO
A Secretaria de Turismo de Garanhuns está iniciando a instalação e substituição da sinalização turística nos principais atrativos do município. Já foi contratada, por meio de processo licitatório, a empresa de engenharia que irá executar o serviço de elaboração do Plano Funcional Turístico de Sinalização, incluindo o projeto executivo de sinalização turística.  No último dia  (13),  teve início  a elaboração do projeto executivo que irá mapear todos os pontos que serão sinalizados, permitindo trajetos de fácil acesso e compreensão para os usuários, assegurando a continuidade das mensagens até atingir o destino pretendido, mantendo coerência nas informações, de modo a garantir precisão e confiabilidade.
Com o objetivo de direcionar os visitantes, facilitando o acesso aos destinos desejados, de forma segura e eficaz, a sinalização indicativa de atrativos turísticos vai complementar e estará, em paralelo com a sinalização de trânsito, orientando o condutor sobre determinados pontos ou localidades pertencentes à área turística. A implantação do serviço será em conformidade com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), com as resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o Guia Brasileiro de Sinalização Turística.

Mais de 40 pontos, entre atrativos e locais de interesse turístico, irão integrar a sinalização. São eles: Praça Tavares Correia (Relógio das Flores), Parque Euclides Dourado, Parque Ruber van der Linden, Praça Souto Filho, Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti, Mosteiro de São Bento, Cristo do Magano, Santuário Mãe Rainha, Alto do Columinho, Casa de Farinha do Castainho, Castelo de João Capão, Espaço Cultural Luis Jardim, Praça Cultural Mestre Dominguinhos, Ateliê do Escultor José Veríssimo, Cachoeira de Inhumas, Igreja do Timbó, Igreja Matriz de Santo Antônio, Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Monumento do Ipiranga, Praça Dom Moura I, II, III, Praça Monsenhor Adelmar da Mota Valença, Seminário São José, Comunidade Quilombola do Castainho, Comunidade Quilombola do Timbó, Ateliê Marcos Siqueira, Centro de Cultura e Arte de Garanhuns, Prefeitura de Garanhuns, Praça Dom Expedito Lopes, Comunidade Quilombola Estivas, Distrito de São Pedro, Distrito de Miracica Comunidade Quilombola Tigre, Comunidade Quilombola Caluete, Comunidade Lacerdópolis, Comunidade Vila do Quartel (Buchada do Gago), Igreja São Sebastião, Igreja Santa Terezinha, Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns, Planetário, Ateliê Mestre Fida, Monumento Dominguinhos, Distrito de Iratama, Pólo Gastronômico Heliópolis.
Com mais de 130 mil habitantes, Garanhuns tem como principal característica econômica o comércio e o turismo de eventos religiosos, de negócios e culturais. A cidade possui significativa rede hoteleira e uma grande diversidade gastronômica. Além disso, o município é sede de grandes festivais, como o Garanhuns Jazz Festival, Viva Dominguinhos, Festival de Inverno e Natal Luz. “Por gerar um grande fluxo de turistas, a elaboração da sinalização turística facilitará o deslocamento e acessibilidade aos atrativos”, registra a secretária de Turismo, Gerlane Melo.



MIRACICA SE PREPARA PARA RECEBER MAIS UMA EDIÇÃO DA FESTA DO CAJU

De 29 a 31 de janeiro, a 13ª Fecaju movimenta o distrito com atrações locais, regionais e comercialização de produtos
De 29 a 31 de janeiro será realizada, no distrito de Miracica, a 13ª Festa do Caju (Fecaju). As festividades acontecem durante o dia e à noite e a programação contempla momentos religiosos, shows artísticos, comercialização de produtos, além de atrações locais e regionais como Rogério Meneses, Zé Viola, Djair e Banda, Gláucio Costa, Banda Poder de Deus, entre outros.
A Fecaju foi idealizada pela Federação das Associações do Distrito de Miracica (Fadimi) e teve sua primeira edição em fevereiro de 2003. Na época, a festa homenageou os agricultores do distrito e das regiões com uma programação simples, porém diversificada. A Festa do Caju foi criada com o objetivo de promover os valores do campo, fortalecer a agricultura e os produtos do município. 
Entre os produtos, serão comercializados doces artesanais de goiaba, mamão e banana. Os doces “Delícia de Miracica” são produzidos com qualidade pelas cooperativas do Projeto Gerar, iniciativa do Governo Municipal. A Fecaju é uma realização da Fadimi, com o apoio da Prefeitura de Garanhuns, por meio da Secretaria de Cultura, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e patrocínio de empresas privadas. 
Confira abaixo a programação completa da 13ª Fecaju: 
Quinta-feira (29)
Noite
As violas se encontram na Fecaju
Sandoval Ferreira
Rogério Meneses e Zé Viola 
Sexta-feira (30)
Manhã
Arraiá do Gláucio Costa
Reunião do Conselho
Tarde
Programa Musi Campi com Zezinho de Garanhuns, ao vivo pela rádio Sete Colinas FM
Noite
Missa
Concurso da Rainha da Fecaju
Radiola de Ficha
Djair e Banda
Sábado (31)
Manhã
Torneio de futebol
Cavalgada
Trilha de moto
Noite
Reisado
Banda Poder de Deus
Show sertanejo com Leonel
Banda Forró dos Playboys
Os Playboyzinhos

Secom/PMG

sábado, 17 de janeiro de 2015

1º BISPO DE GARANHUNS - D. JOÃO TAVARES DE MOURA

D. João Tavares de Moura - Lema: “Omnia Omnibus” (Tudo para todos)

D. João Tavares de Moura  nasceu a 23 de julho de 1883 na cidade de Nazaré da Mata-PE. Foi ordenado sacerdote em Recife no dia 11.02.1906.

Foi eleito Bispo de Garanhuns em 3 de julho 1919 pelo Papa Bento XV. Em Olinda, no dia 07.09.1919, recebeu a sagração episcopal. Tomou posse na Diocese de Garanhuns em 26 de outubro de 1919.
D. Moura faleceu em S. Paulo em 13.07.1928 e foi sepultado na catedral de Garanhuns no dia 02.08.1928.

O historiador Alfredo Vieira nos informa que a ação apostólica desenvolvida por Dom Moura se constituiu num efetivo trabalho ecumênico em que se colocava  ao lado das demais igrejas cristãs  quando na defesa intransigente dos princípios e direitos humanos.

O Bispo preocupava-se com a situação das populações marginalizadas de sua diocese, e com a educação de menores e de adultos. Por esse motivo, transferiu-se do palacete episcopal  para as dependências do Ginásio de Garanhuns( atual Colégio Diocesano), para sentir de perto os problemas de seus alunos e professores. 

O historiador afirma ainda desconhecer qualquer atrito que tivesse ocorrido no episcopado de D. Moura entre seus padres e pastores protestantes, salvo "as práticas" um tanto forte, que às vezes ocorriam ao tempo das missões a cargo dos frades capuchinhos , nos arrabaldes e distritos de Garanhuns.

Quando do falecimento de D. Moura, ao chegar a Garanhuns, altas horas da noite, o seu corpo trasladado em trem especial , na estação da Great Western, estava presente uma comissão de protestantes, à frente os Reverendos William M. Thompson, George W.Taylor e Antonio Gueiros, além de outros integrantes da Igreja Presbiteriana de Garanhuns.

Os evangélicos tomaram parte nas homenagens prestadas ao Bispo, inclusive acompanhando o féretro  pelas ruas de Garanhuns. A presença dos evangélicos nas exequias do 1º Bispo é um acontecimento marcante, numa época em que a minoria  protestantes era perseguida por setores da Igreja Católica. 


BIBLIOGRAFIA: 
Vieira, Alfredo- Garanhuns do meu tempo: memórias. Recife- 1981.
Revista da Cidade ano III- n. 113- 21.07.1928

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS TRAZ MAIS DE 90 APRESENTAÇÕES A PERNAMBUCO

Festival, que conta com incentivo do Funcultura, começa na próxima quinta-feira (15) e vai até o dia 1º de fevereiro

O espetáculo Let me Stay, estrelado por Julie McNamara, é um dos destaques internacionais da mostra
Mês de férias, janeiro, em Pernambuco, é também o período de conferir grandes espetáculos nos palcos da cidade. Pelo menos, é assim há 21 anos, com a realização do Festival Janeiro de Grandes Espetáculos.

 O evento, promovido pela Apacepe (Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco), com os produtores Paula de Renor, Paulo de Castro e Carla Valença à frente, reunirá, entre os dias 15/1 e 1º de fevereiro, peças para adultos e crianças, espetáculos de dança, shows musicais, ópera, leituras dramatizadas, saraus artísticos, mágica e atividades formativas não só no Recife, mas distribuído também por Goiana, Caruaru e Arcoverde.
No total, 90 atrações devem se apresentar no evento, que desta vez teve o foco voltado para atrações locais. Entre os destaques da programação, o setor musical chama atenção por contar com artistas como Elza Soares e Vozes & Cordas Brasileiras. Também não faltam montagens de outros estados do Brasil (Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais) e até convidados internacionais (Suíça, Inglaterra, Portugal e Espanha. Destaque ao grupo La Tristura, da Espanha, e o espetáculo Let Me Stay, de Julie McNamara, da Inglaterra, parceria com o projeto UNLIMITED: Arte Sem Limites, do British Council).

As apresentações acontecerão em locais como o Teatro de Santa Isabel, a Casa Outrora, o Espaço Maré, Espaço Experimental e o Teatro Luiz Mendonça. A homenageada deste ano será a atriz pernambucana Augusta Ferraz, pelos 40 anos de carreira, e o educador, filósofo, cineasta, poeta, agitador cultural e artista multimídia Jomard Muniz de Brito.
Programação Janeiro de Grandes Espetáculos 2015
Confira os espetáculos e grupos selecionados para o Janeiro de Grandes Espetáculos de 2015:
Stupro – 19 e 20 de janeiro, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, às 19h.
MEDEAponto – 30 de janeiro, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, às 20h.
Sexo, a arte de ser censurado – 6, 17 e 22 de janeiro, no Teatro Rui Limeira Rosal (Sesc Caruaru), às 20h; e 31 de janeiro, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, às 20h.
Guiomar, a filha da mãe – 1º de fevereiro, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, às 19h.
Espetáculos internacionais
Matéria-prima (La Tristura) – 28 e 29 de janeiro, no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), às 20h30.
El sur de Europa – dias de amores dificiles (La Tristura) – 30 e 31 de janeiro, no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), às 21h.
Let me Stay (Deixe-me ficar) – montagem de Julie MacNamara, da Inglaterra – 24 e 25 de janeiro, no Teatro Apolo, às 20h.
Kalabazi (Companhia Tita8lou, da Suíça) – espetáculo de rua que acontecerá dia 24 de janeiro, no Marco Zero, às 20h; 25 de janeiro, na Praça Winston Siqueira, às 20h; 30 de janeiro, no RioMar, às 19h; 31 de janeiro, no Pátio do Sesc Ler Goiana, às 20h; dia 1º de feveiro, no Parque Dona Lindu, às 16h.
Pangeia (Grupo Acaso) – 17 e 18 de janeiro, no Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h.
Música
Elza Soares – 16 e 17 de janeiro, no Teatro de Santa Isabel, às 21h.
Karynna Spinelli – 15 de janeiro, no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), às 20h30.
Cássio Sette – 17 de janeiro, no Teatro Capiba (Sesc Casa Amarela), às 20h.
Flaira Ferro – 23 de janeiro, no Teatro de Santa Isabel, às 21h.
Mônica Feijó e Terno de Areia – 24 de janeiro, no Teatro Hermilo Borba Filho, às 21h.
Vozes & Cordas Brasileiras (convidados Beto do Bandolim, Josildo Sá e Maciel Melo) – 25 de janeiro, no Teatro de Santa Isabel, às 20h.
Mostra de Teatro em Casa
Acontece enquanto você não quer ver (Cena OFF e Três de Copas) 19, 23 e 30 de janeiro, no Espaço Caramiolas, às 20h e 21h (duas sessões).
Cenas Belas! – 20 de janeiro, na Casa Outrora, na Boa Vista, às 20h.
(In)Cômodos – 20 de janeiro, na Casa Outrora, na Boa Vista,  às 22h.
Deixa ser eu – 25, 26 e 27 de janeiro, na Casa Outrora, na Boa Vista, às 20h.
SoloDiva – 21 e 24 de janeiro, no Espaço Maré, na Boa Vista, às 20h.
Complexo de cumbuca – 21 e 24 de janeiro, no Espaço Maré, na Boa Vista, às 20h.
Na Beira – 28 de janeiro, em uma residência na Boa Vista, às 20h.
Estreias
A mandrágora – 21 e 22 de janeiro, no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), às 20h30.
Obscena – 27 e 28 de janeiro, no Teatro Marco Camarotti (Sesc de Santo Amaro), às 19h.
Breguétu – 30 e 31 de janeiro, no Espaço Experimental, às 20h.
Dança
Cara da mãe (PE) – Coletivo Cênico Tenda Vermelha – 22 e 23 de janeiro, no Teatro Marco Camarotti, às 19h.
Elegún, um corpo em trânsito (PE) – 23 e 24 de janeiro, no Espaço Experimental, às 20h.
Dorival Obá – Grupo Vias da Dança – 27 de janeiro, no Teatro Hermilo Borba Filho, às 20h.
Retina – Camaleão Grupo de Dança – 24, 25, 28 e 30 de janeiro, no Teatro Luiz Mendonça, às 20h.
Frevo de casa – Flaira Ferro e Valéria Vicente – 24 de janeiro, no Paço do Frevo, às 16h; 31 de janeiro, no Shopping RioMar, às 19h.
Ingressos Janeiro de Grandes Espetáculos 2015
Os ingressos para o Janeiro de Grandes Espetáculos de 2015 já podem ser adquiridos no site oficial do evento e na central de ingressos, localizada no Teatro de Santa Isabel. Mais informações: (81) 8659-8321.

domingo, 4 de janeiro de 2015

1915 - O CASAMENTO DE SOUTO FILHO

Antônio Souto Filho tinha motivos de sobra para estar de espírito aberto naquele 1915. Espírito e coração. Completara, com êxito, o seu primeiro mandato parlamentar, seguindo os ditames da sua consciência, de ser um fiel escudeiro de Dantas Barreto, e iria casar, aos 29 anos, com o grande amor da sua vida: Francisca Salgado Guedes Nogueira, sua prima em terceiro grau. Filha de Manoel Otaviano Guedes Noronha - dono do engenho Tibiry, em Barreiros - e de Francisca de Amorim Salgado Guedes Noronha. Dona Chiquita, como ficou conhecida, tinha mais três irmãos: Otaviano Júnior, Paulo e Maria Esther, mais tarde, casada com Sebastião do Rego Barros, então juiz de Direito da comarca e, em seguida, deputado.

Além da paixão que os uniu, Souto e Chiquita tinham algo que os completavam: ambos trabalharam intensamente na campanha dantista. Com seu pai, em Barreiros, ela participava dos atos públicos. No Recife, fazia parte do comitê feminino da campanha do general, conforme registro na primeira página do jornal A Província, de 24 de outubro de 1911. O casamento, em outubro de 1915, foi realizado na residência de Maroquinha Salgado Gomes de Mattos, prima-irmã da noiva, na Rua das Pernambucanas, 92, Graças. Segundo narrativa de Gerusa Souto Malheiros, em seu livro Memórias de Amor, a cerimônia foi simples, a pedido de dona Chiquita: ela havia perdido o pai, há dois anos, e ainda se sentia abalada emocionalmente.

Dantas Barreto - padrinho de casamento - e o ministro da Agricultura, José Bezerra Cavalcanti, eram algumas das autoridades presentes. Depois da recepção, os recém-casados seguiram no coche oficial para a nova residência, na Rua Joaquim Nabuco, 189. Lá, nasceram os quatro filhos do casal: Maria Esther Souto Carvalho, primogênita e afilhada de Dantas Barreto (1917), benemérita da Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer, e viúva do empresário e ex-deputado federal Adelmar da Costa Carvalho; Antonio Souto Neto, já falecido, médico, professor e diretor, durante várias gestões, do Ginásio Pernambucano; Maria Gerusa Souto Malheiros, viúva do engenheiro Raul Malheiros, que chegou ao Recife em 1941, acompanhando a equipe do brigadeiro Eduardo Gomes, e Cláudio Fernando da Silva Souto, professor titular da Faculdade de Direito do Recife.